Folhas, flores e animais: esses são os destaques de inspiração encontrados na maior parte das pinturas feitas durante a ascensão da Art Nouveau na Europa no século XIX.
Origem da Art Nouveau
O movimento artístico iniciou-se no século XIX, na Europa, e difundiu-se ao longo dos anos por todo o mundo. Sua estética influencia até os dias atuais a arquitetura, o design de interiores e a arte. Com grande influência das inovações industriais, a Art Nouveau surgiu na França, sua estética tinha inspirações vanguardistas e o desejo de se contrapor aos movimentos mais tradicionais da época.
Esse estilo podia ser facilmente identificado pelas suas linhas delicadas, elegantes e graciosas, além de elementos em espirais, traços que formavam arabescos, flores e folhas. Além disso, a Art Nouveau também utilizava cores sóbrias, não tão vibrantes como em outros movimentos artísticos. Também ousava em vidraças e ferros, tipicamente refletindo a relevância do aspecto industrial do século XIX.
Principais características
Com grande expressão na arte da pintura, o movimento também ultrapassou a arquitetura e realizou obras que foram eternizadas pelo tempo. Por isso, ao longo do século XIX, a Art Nouveau combinou características que permitem sua identificação com facilidade até hoje. Entre elas estão as linhas delicadas, amplamente utilizadas na pintura, mas também presentes em obras arquitetônicas, como algumas das janelas das catedrais francesas e em construções como o Templo da Sagrada Família, de Gaudí, em Barcelona.
Na pintura, obras com representações femininas são bastante comuns, como as feitas por Alfons Maria Mucha, um dos principais artistas da época no movimento. Além dele, nomes como Gustav Klimt também são referências atemporais; o pintor produziu uma das telas mais famosas dos últimos séculos: “O Beijo”. A obra encontra-se exposta no Museu Belvedere Palace, em Viena, e conta com visitações abertas
Além dessas características, a busca pela estética e pelos elementos decorativos era evidente. Por isso, alguns dos artistas priorizavam o uso de elementos requintados e mais caros. A madeira, assim como o ferro, também foi peça fundamental na arquitetura expressa pelo movimento.
Artistas que se destacaram durante esse período
Alguns artistas tiveram bastante destaque nesse período, como é o caso de Gustav Klimt. O pintor ficou conhecido pelo quadro “O Beijo”, mas gostava de retratar figuras femininas em suas obras. Além disso, explorava formas delicadas e angelicais, fazendo uso abundante da cor amarela em suas pinturas. Assim como ele, Victor Horta também foi um destaque, principalmente na arquitetura. O artista utilizava bastante o ferro, a madeira e o vidro para decorar os ambientes internos.
Gaudí também pode ser considerado um dos melhores do movimento em relação à aplicação da Art Nouveau na arquitetura. O arquiteto espanhol projetou inúmeras catedrais na Europa, com destaque para a Sagrada Família, em Barcelona. Além da igreja, foi responsável pelo projeto da Casa Milà, com uma fachada exuberante e irreverente, que une ondulações e esculturas em uma esquina emblemática da Espanha.
Chegada da Art Nouveau ao Brasil
O movimento artístico chegou ao Brasil no começo do século XX e, embora menos popular, possui edifícios famosos pelo país. Uma das primeiras obras foi inaugurada em São Paulo, concluída em 1902 por Carlos Ekman. O edifício Vila Penteado ainda funciona como sede do curso de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da USP.
Além do edifício, a passarela do Viaduto Santa Efigênia também faz referência ao movimento Art Nouveau. Sua estrutura foi feita na Bélgica e está instalada até hoje em São Paulo. Outra referência artística do estilo é a Confeitaria Colombo. O projeto pode ser visitado e possui características como os arabescos, a madeira escura, o ferro e os vitrais em destaque.
Confira também as características do estilo industrial de decoração.
